Soul Eater: A Alabarda da Morte

Chapter 6: Capítulo 6: Lições Absorvidas



A manhã seguinte ao treinamento com o Professor Frankenstein amanheceu silenciosa, mas carregada de uma energia transformadora. O confronto tinha deixado marcas não apenas nos corpos, mas principalmente nas mentes e almas dos quatro Meisters. Eles sabiam que, apesar de suas derrotas, haviam saído da experiência mais fortes — não fisicamente, mas em percepção e entendimento.

No grande pátio da Death Academy, os Meisters estavam de volta aos treinos, cada um com seus parceiros de armas, enquanto refletiam sobre as lições aprendidas.

Keyon estava de pé no centro de uma clareira nas proximidades da Death Academy. Cleo, em sua forma humana, observava-o com um olhar atento e compreensivo.

"Eu estava pensando, Cleo," disse Keyon, enquanto girava um bastão improvisado nas mãos, simulando a forma da alabarda. "Frankenstein não só me superou em força e velocidade, mas ele também estava em perfeita harmonia com sua própria alma. Ele sabia exatamente o que ia acontecer antes de eu sequer terminar de pensar no ataque."

Cleo cruzou os braços e sorriu. "Não foi só você, Keyon. Ele estava sempre dois passos à frente de todos nós. Mas você percebeu algo importante: nossa ressonância precisa ser mais instintiva. Não é só força bruta. É fluidez e precisão."

Keyon assentiu e fechou os olhos. Ele começou a respirar profundamente, permitindo que sua energia fluísse pelo corpo. Ele sabia que precisava sentir a conexão com Cleo mais profundamente do que antes. Em sua mente, visualizou a luta contra Frankenstein, revivendo cada movimento, cada erro, cada lição.

De repente, ele abriu os olhos e convocou Cleo para sua forma de arma. A alabarda apareceu em suas mãos, brilhando com um leve brilho azul. Ele começou a praticar movimentos rápidos, mas dessa vez, cada golpe parecia mais calculado, mais harmonioso. Cleo podia sentir a diferença.

"Isso! Agora estamos no caminho certo, Keyon!"

Maka e Soul estavam em um campo de treinamento próximo à escola, praticando ataques combinados. Soul, em sua forma de foice, era ágil e letal, mas Maka ainda carregava a frustração de sua derrota.

"Eu não entendo, Soul," disse ela, segurando a foice firmemente. "Eu treinei tanto, estudei tanto. Como é possível que Frankenstein tenha me derrotado tão facilmente?"

"Porque ele não estava só lutando contra seu corpo, Maka," respondeu Soul. "Ele estava lutando contra sua alma. Ele viu seus movimentos antes de você fazê-los. Ele usou sua própria ressonância contra você."

As palavras de Soul ressoaram profundamente em Maka. Ela sabia que estava presa a padrões previsíveis, confiando demais em estratégias ensaiadas e menos em sua intuição.

"Certo," disse Maka, com determinação. "Vamos começar de novo. Desta vez, eu vou confiar mais na nossa conexão, Soul. Não vou hesitar."

Ela fechou os olhos por um momento, respirou fundo e depois começou a mover-se com mais liberdade. Soul sentiu a diferença instantaneamente. Os ataques dela eram mais fluidos, mais imprevisíveis.

"É isso aí, Maka! Estamos começando a ressoar melhor."

Black Star, ao contrário dos outros, não demonstrava frustração com sua derrota. Ele via a experiência como um desafio que precisava superar — e, para ele, desafios eram combustível.

"Frankenstein não tem ideia de quem ele enfrentou!" gritou Black Star, enquanto executava uma série de movimentos rápidos com Tsubaki. "Eu sou Black Star, aquele que vai superar até os deuses!"

Tsubaki, em sua forma de arma, suspirou. "Black Star, talvez você devesse... desacelerar um pouco. Não se trata apenas de força ou velocidade. Frankenstein nos mostrou que é mais sobre controle e leitura da alma."

"Desacelerar? Tsubaki, eu sou uma estrela! Eu não desacelero!"

Mesmo assim, as palavras de Tsubaki ficaram em sua mente. Depois de algumas séries de ataques frenéticos, ele parou para recuperar o fôlego.

"Tá bom, tá bom. Talvez eu precise ajustar minha abordagem. Mas, Tsubaki, você sabe que eu sou o melhor, né?"

Tsubaki sorriu em sua forma humana. "Se você ouvir a sua alma e a minha, talvez a gente chegue mais perto disso."

Death the Kid estava em um dojo privado, sozinho, sentado em posição de meditação. Suas pistolas gêmeas, Liz e Patty, estavam sentadas ao lado dele, observando-o com curiosidade.

"Isso não foi simétrico," disse ele, em um tom frustrado. "A forma como Frankenstein lutou... era como um fluxo perfeito, mas eu estava quebrado, dividido. Não consegui manter o equilíbrio perfeito."

"Kid, talvez você esteja pensando demais," disse Liz. "Frankenstein nos mostrou que lutar não é só sobre técnica. É sobre instinto e alma."

Patty riu. "É, Kid, às vezes você precisa parar de pensar e começar a sentir!"

Kid abriu os olhos lentamente, as palavras de suas parceiras ecoando em sua mente. Ele percebeu que, na luta, havia se prendido demais à busca pela perfeição simétrica, esquecendo-se de que a verdadeira força vinha da conexão com suas armas.

"Liz, Patty," ele disse, levantando-se. "Vamos treinar novamente. Desta vez, eu vou confiar mais em vocês e menos na simetria. Se Frankenstein nos ensinou algo, é que a perfeição está na harmonia."

As duas sorriram, transformando-se em armas, e Kid começou a praticar com elas, sentindo-se mais livre e mais conectado.

Os quatro Meisters continuaram seus treinos, cada um aplicando as lições aprendidas de maneiras únicas, mas igualmente impactantes. Apesar de terem sido derrotados por Frankenstein, eles sabiam que essa experiência os tinha aproximado ainda mais de seus objetivos. E, mais importante, os tinha tornado melhores Meisters e parceiros para suas Death Scythes.

A jornada continuava, e o desafio de transformar suas armas em verdadeiras Death Scythes estava mais próximo do que nunca.


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