Chapter 3: Verdade e casamento parte I
A sala foi tomada por um silêncio profundo, quebrada apenas pelo suave crepitar das tochas. Jon segurava o ovo de dragão com reverência, sentindo o calor pulsante que parecia emanar de dentro da casca. Daenerys, ao lado dele, fitava o ovo verde com a determinação recém-descoberta.
Rhaella caminhou até eles, seus passos ecoando no chão de pedra. Ela parou a poucos metros, seu olhar alternando entre os dois.
— Há um risco nisso, sabe? — disse Rhaella com dicas. — O fogo que desperta dragões também pode consumir tudo ao seu redor. Não é apenas poder que vocês estejam invocando, mas responsabilidade.
Daenerys extravasou o queixo, seus olhos violetas ardendo como brasas.
— Nós somos Targaryen. O fogo está em nosso sangue. Não tememos as chamas.
Jon particularmente, sua expressão firme.
— É um risco que vale a pena correr. O mundo precisa de algo que inspire esperança... e temor. Dragões são isso.
Rhaella transmitiu um toque de tristeza em sua expressão.
— Então sigam adiante. Mas lembre-se, não é apenas o fogo que faz um dragão. É o propósito, como você disse, Jon. Não desperdicem essa chance.
Daenerys deu um passo à frente, aproximando-se da pira que tinha montado no centro do salão. Era uma estrutura de madeira robusta, cercada por tochas e coberta de ervas aromáticas. O ovo verde estava no centro, os outros dois ovos — um negro e um dourado — ao lado. Ela olhou para Jon, que a batida, ficando ao seu lado.
— Está pronto? — Disse ele.
— Sempre estive — respondeu ela.
Jon acendeu a pira com uma tocha. As chamadas sobem, lambendo a madeira e crescendo em intensidade. O calor era quase insuportável, mas nenhum dos dois se recuperou. Daenerys estendeu a mão, sentindo o calor penetrar em sua pele. Era como se o fogo a chamasse, convidando-a a se fundir com ele.
Subitamente, o ar ao redor deles mudou. Uma vibração intensa percorreu o salão, como se o próprio mundo segurasse a respiração. As chamas começaram a dançar de maneira incomum, girando em torno dos ovos, que brilhavam com uma luz sobrenatural.
— Está acontecendo — murmurou Jon, seus olhos arregalados.
Daenerys deu um passo à frente, seus olhos fixos nos ovos. Um som baixo, como um rugido abafado, ecoou pelo salão. À medida que as cascatas caíam a rachar, linhas douradas apareciam em cada ovo. As rachaduras se ampliaram até que, com um estelo alto, as cascatas se romperam.
Três formas emergiram das chamas. Três dragões, pequenos, mas radiantes, suas escamas brilhando nas cores de seus ovos. O dourado soltou um grito agudo, o negro rugiu com força, e o verde produzido diretamente para Daenerys, suas asas batendo suavemente.
Jon e Daenerys se aproximam, o calor das chamas parecendo insignificante diante da visão diante deles. Daenerys estendeu a mão, e o dragão verde a tocou com o focinho, emitindo um som suave, quase como um ronronar.
— Eles são magníficos — murmurou Jon, sem tirar os olhos das criaturas.
Rhaella, que observava à distância, mudou-se com uma expressão de reverência.
— Dragões renascidos para uma nova era... Mas lembre-se, eles não são apenas armas. Eles são vida, e sua ligação com eles será sua força — ou sua ruína.
Daenerys extravasou os olhos para Jon.
— Eles são o futuro, Jon. O nosso futuro.
Ele segurou a mão dela, um gesto silencioso de solidariedade.
— Então vamos moldar esse futuro juntos.
Os dragões se reuniram ao redor deles, seus olhos brilhando com uma inteligência primitiva. E ali, no coração das chamas, o destino de Westeros começou a ser reescrito.
O silêncio tomou conta da sala quando Jon atraiu o pequeno dragão negro em seus braços. Fúria, como ele havia nomeado a criatura, soltou um som grave, quase como se aprovasse as palavras de seu dono. O brilho das tochas refletia nas escamas do dragão, enquanto Jon olhava com firmeza para Rhaella e Daenerys.
— Eu desejo ir para o Oeste de Westeros — disse Jon, sua voz firme, mas contendo algo mais profundo: uma ânsia por liberdade.
Rhaella franziu o cenho, seus olhos arregalados de surpresa.
— Não sabemos o que há ao Oeste, Jon. Pode haver um país, ou pode não haver nada além do mar aberto. É uma viagem perigosa, uma aposta com sua própria vida.
Daenerys, que segurava o dragão verde, Esmeralda, observava a troca entre os dois em silêncio, seus olhos violetas cheios de curiosidade e preocupação.
Jon profundamente profundamente, mantendo seu olhar fixo em Rhaella.
— Avó, eu preciso ir. Não quero voltar para os Sete Reinos, sentar-me no Trono de Ferro, apenas para, meses depois, ser assassinado por um senhor Dornês louco, ou pelos conspiradores da Fé ou da Cidadela.
— Como assim? — disse Rhaella, seus olhos estreitos se em dúvida.
Jon removeu uma vela de vidro que pendia em seu pescoço, presa a uma corrente de rubi. Ele a segurou na palma da mão, e a luz suave que emanava do objeto iluminava seu rosto com um brilho fantasmagórico.
— Isso — disse ele, apontando para a vela. — Isso me mostrou coisas que a maioria dos homens não consegue enxergar. Vi as conspirações que se movem nas sombras dos Sete Reinos. A Fé dos Sete, a Cidadela, as grandes casas... todos prontos para se rebelar assim que um Targaryen reivindicar o trono. Eles odeiam o que representamos, avó. Odeiam o fogo e o sangue. Odeiam dragões.
Rhaella deu um passo para trás, o peso das palavras de Jon parecendo cair sobre seus ombros.
— Você está dizendo que há uma conspiração contra nós?
Jon assentiu, seus olhos cinzentos ardendo com determinação.
— Eles não querem o Trono de Ferro nas mãos de um Targaryen. Eu vi isso claramente. Se eu voltar, se assumirmos o trono, será uma guerra interminável. Sangue derramado em nome de um poder que eu nem quero. Avó, eu quero ser livre. E você? Não quer ser livre também?
Rhaella ficou em silêncio, sua expressão seria enquanto ponderava as palavras de Jon. Ela olhou para Daenerys, que parecia tão dividida quanto ela própria.
Daenerys finalmente falou, sua voz baixa, mas firme.
— E se não houver nada no Oeste? E você encontrou apenas o vazio?
Jon olhou para ela, o dragão negro aninhado em seus braços soltando um som baixo.
— Então eu terei encontrado a paz. Mas eu não posso ficar aqui, preso pelas correntes de um passado que não me pertence.
Rhaella suspirou, o peso da escolha visível em seus olhos.
— Se essa é a sua decisão, Jon, eu não posso impedi-lo. Mas saiba que essa jornada será sua mais difícil. Você pode perder tudo.
Jon deu um meio sorriso, apertando Fúria em seus braços.
— Já perdi muito, avó. O que me resta é tentar encontrar algo que valha a pena.
Daenerys deu um passo à frente, encarando Jon com um olhar desafiador.
— Então não vá sozinho. Se você vai buscar liberdade, eu também irei. Westeros não é um lugar para dragões. O Oeste pode ser.
Jon olhou para ela, surpreso, mas grato. Ele assentiu lentamente, sentindo que, talvez, essa jornada não precisasse ser solitária.
Rhaella os inspira, seus olhos cheios de tristeza, mas também de orgulho.
— Então sigam juntos, mas não esqueçam quem vocês são. Onde quer que vocês cheguem, lembre-se: vocês são Targaryen. E, mais importante, vocês são família.
Jon e Daenerys ficaram surpresos com a determinação nas palavras de Rhaella. A postura da matriarca, antes serena, agora irradiava uma força que os fez perceber o quanto ela estava disposta a lutar por eles.
— Eu vou junto com vocês — declarou Rhaella, os olhos firmes, cheios de emoção. — Acabei de encontrar minha única filha, e nada nesse mundo me separará dela... ou de você, meu neto.
Daenerys olhou para a mãe com lágrimas nos olhos. Desde que se lembrava, tinha vivido uma vida de solidão, perda e luta. Agora, diante da promessa de sua mãe de não deixá-la novamente, sentindo uma onda de calor preenchendo seu coração.
— Mãe... — Daenerys, emocionada.
Rhaella mudou-se, segurando o rosto de Daenerys entre as mãos.
— Por muito tempo, fui obrigado a sacrificar o que era mais importante para mim. Meu amor, minha liberdade, minha felicidade... tudo pelos interesses da Casa Targaryen. Mas isso acabou. Vocês dois são minha família, e não há nada mais importante para mim fazer isso. Se for para o Oeste, eu irei também.
Jon, que até então dormia em silêncio, respirava fundo.
— Avó, você sabe que essa jornada será perigosa. Não sabemos o que encontraremos além do mar. Pode ser que não haja nada.
Rhaella atraiu o queixo, os olhos fixos nos de Jon.
— Você acha que tenho medo do desconhecido, Jon? Eu sobrevivi à guerra, perdi meus filhos, fui convocado a fugir da terra natal. Não há nada que o Oeste possa me mostrar que seja mais terrível do que o que já enfrentei.
Jon não conseguiu conter um sorriso diante da firmeza de sua avó. Ele sentiu o peso de sua escolha diminuir um pouco. Com Rhaella ao lado deles, a jornada parecia menos solitária, menos incerta.
Daenerys colocou a mão no ombro de Jon, seus olhos brilhando com determinação.
— Então estamos decididos. Vamos juntos. Para o Oeste.
— Para o Oeste — repetiu Rhaella, um sorriso sutil em seus lábios.
Fúria soltou um pequeno rugido em concordância, enquanto Esmeralda e o pequeno dragão dourado, que Daenerys chamava de Sol, voaram para perto deles, circulando com curiosidade. Os três dragões fizeram sentir a força renovada em seus companheiros humanos.
— Precisaremos de um navio — disse Jon, já pensando nos preparativos. — Um que aguente semanas ou até meses no mar. E provisões suficientes para sustentar todos nós e os dragões.
Daenerys concorda.
— E discretamente. Não podemos deixar que ninguém saiba para onde vamos. Westeros não precisa de mais uma lenda sobre os desaparecidos de Targaryen.
Rhaella deu um último olhar ao salão em que estavam, seus olhos examinando os detalhes das chamas que ainda ardiam nas tochas.
— Então vamos começar. Porque, quando sairmos daqui, não haverá volta.
Os três se entreolharam, a determinação refletida nos olhos de cada um. O Oeste, o desconhecido, agora era o destino deles. Não era apenas uma fuga, mas uma busca por liberdade, esperança e talvez, apenas talvez, um novo lar.
No misterioso continente a Oeste de Westeros, além do Mar do Poente, o legado da antiga Valíria persiste, mas de forma fragmentada e ensanguentada. Das 40 famílias originais que fugiram do apocalipse valiriano, restam apenas cinco, cada uma marcada por uma história de ambição, traição e sobrevivência. Essas casas, privadas de dragões, mas ainda portadoras de magia antiga, lutam pela supremacia em uma terra devastada pela guerra.
1. Casa BladsLiderança Atual : Lord BladsEspecialidade : Magia de Fogo
A Casa Blads mantém um domínio centrado na manipulação do fogo, canalizando a essência destrutiva que outrara alimentava os dragões valirianos. Seus magos são temidos por conjurarem chamas que podem devastar exércitos inteiros. Lord Blads é um líder astuto e implacável, determinado a restaurar a glória valiriana em sua totalidade, mesmo que tenha que queimar o continente para isso.2. Casa NyraxLiderança Atual : Senhora Velyra NyraxEspecialidade : Magia de Sangue
A Casa Nyrax é conhecida por seu domínio da magia de sangue, uma prática sinistra que permite fortalecer-se por meio de rituais sombrios. Eles sacrificam prisioneiros e até mesmo aliados para prolongar suas vidas e aumentar seu poder. Seus guerreiros são implacáveis, guiados por feitiços que lhes dão força e resistência sobre-humanas.3. Casa VhaelorLiderança Atual : Arquimestre Kaevos VhaelorEspecialidade : Conhecimento Arcano e Feitiços de Defesa
A Casa Vhaelor abandonou o campo de batalha direto, optando por se tornar a guardiã do conhecimento valiriano. Eles armazenam todos os nossos antigos, feitiços perdidos e segredos da civilização destruída. Seu líder, Kaevos, é um arquimestre que acredita que a chave para a supremacia está na recuperação da antiga sabedoria. Eles são mestres em magias defensivas e ilusórias, tornando seu território quase impenetrável.4. Casa MorathysLiderança Atual : Lorde Tyran MorathysEspecialidade : Alquimia e Venenos
A Casa Morathys prospera sem uso de alquimia e venenos letais. Eles não injetam em força bruta, mas em estratégias engenhosas que debilitam seus inimigos antes mesmo do confronto. Suas lâminas são banhadas em toxinas, e seus aliados muitas vezes perecem de maneira misteriosa antes de poderem traí-los. Tyran é um estrategista cruel e paciente, conhecido por esperar anos para executar seus planos.5. Casa ElyrionLiderança Atual : Princesa Sareya ElyrionEspecialidade : Domínio sobre Bestas e Magia da Natureza
A Casa Elyrion, a mais isolada das cinco, tem uma conexão profunda com o ambiente ao redor. Seus magos podem controlar as criaturas selvagens que habitam o continente, transformando a própria natureza em uma arma. Princesa Sareya governa com um equilíbrio de compaixão e ferocidade, mas sua posição está ameaçada pelos inimigos que desprezam sua abordagem "primitiva".
Após meses de trabalho incessante, Jon, Rhaella e Daenerys finalmente estavam prontos para partir. O navio a vapor, uma criação que mesclava o engenho moderno com o antigo conhecimento valiriano, estava finalizado. Feito com as tecnologias que Jon havia recuperado dos antigos tomos de Valíria, o navio tinha uma aparência majestosa, mas também ameaçadora, com a fuselagem de metal brilhante, adornos de obsidiana e a linha de vapor pulsante emanando de suas caldeiras. Era um veículo robusto, projetado para suportar os ventos do mar aberto e os desafios de um mundo desconhecido.
O porto de Assahi, uma cidade à beira-mar no extremo sul de Essos, estava tranquilo quando o navio foi finalmente colocado na água. As velas flutuavam ao vento, mas era o vapor que impulsionava a embarcação com velocidade impressionante. Os homens que ajudaram na construção observaram em silêncio, cientes de que este navio, com seu design incomum e poder oculto, poderia ser o começo de algo grandioso... ou uma maldição para aqueles que ousassem viajar em suas águas.
Jon, agora com seu cabelo mais longo e o semblante marcado pela responsabilidade de tudo o que estava por vir, olhou para o vasto mar à frente. Ao lado dele, Daenerys parecia em paz, embora com um olhar pensativo sobre o que o futuro traria. Rhaella, sempre forte, caminhava pela ponte do navio com uma postura de liderança, como se já estivesse se acostumando com a ideia de que essa jornada representava mais do que uma fuga — era uma missão.
— Estamos prontos? — disse Daenerys, sua voz suave, mas cheia de firmeza.
Jon olhou para a linha do horizonte, onde o mar se encontrava com o céu em um emaranhado de azuis profundos.
– Sim. Não há mais nada aqui para nós. O Oeste nos aguarda, e com ele, o que restou dos dragões... o que restou da nossa história.
Rhaella se mudou, colocando a mão sobre o ombro de Jon.
— Eu não vou deixar você sozinho, Jon. Nenhum de nós estará. Não importa que nos encontremos no caminho, fiquemos juntos.
Jon virou-se para ela e elegante, um sorriso cheio de gratidão.
— Obrigado, avó. Isso significa mais do que você imagina.
O vento aumentava enquanto a embarcação começava a se mover suavemente para longe da costa. O som do vapor se funda com o estalo das velas, criando uma sinfonia de movimentos. O navio parecia dançar sobre as águas, e com isso, a partida estava oficialmente em andamento.
À medida que se afastavam de Assahi, o trio sentia um misto de colapso e apreensão. Não sabiam o que o Oeste traria — ou se encontrariam alguma terra além do mar. Mas o que quer que fosse, sabiam que a verdade e os segredos de Valíria estavam lá, esperando para serem desvendados.
Enquanto navegavam, o silêncio tomou conta do navio, e a grande extensão do mar se abriu à frente deles, como um vasto palco para a história que começava a ser escrita.
Rhaella olhou para o céu à noite, a lua cheia iluminando o caminho à frente, refletindo nas águas calmas.
— O que será que realmente encontramos no Oeste, Jon? O que a história antiga ainda pode nos mostrar?
Jon olhou para o horizonte novamente, a chama da curiosidade e da determinação refletida em seus olhos.
— Vamos descobrir, avó. Acredito que o passado nos chamará. E nós vamos atendê-lo.
A embarcação contínua a sua jornada, o som do vapor e o balançar das ondas criando uma melodia que parecia já anunciar o que viria: um novo capítulo para os Targaryen, para os dragões e para o legado que eles estavam prestes a reviver.
Jon olhou para o horizonte em Asshai, mas sua mente estava nos Sete Reinos. Uma dúvida o atormentava desde que descobria as intrigas e conspirações que cercavam sua origem. Ele poderia responder, e apenas um homem fornecê-los: Eddard Stark, o homem que ele acreditou ser seu pai durante toda a sua vida.
— Antes de navegarmos para o Oeste, preciso voltar para Westeros — anunciou Jon, quebrando o silêncio na ponte do navio.
Daenerys e Rhaella se entreolharam, surpresas.
— Por quê? — perguntou Daenerys, inclinando a cabeça. — Já deixamos aquele lugar para trás.
Jon respirou fundo, seus olhos sombrios com determinação.
— Porque ainda há algo que preciso entender. Eddard Stark está preso na cela negra em Porto Real. Ele sabe a verdade sobre mim... e eu quero ouvir-la da boca dele.
Rhaella cruzou os braços, pensativa.
— E você acredita que ele simplesmente lhe dará essas respostas? Aquele lugar é uma armadilha, Jon. Porto Real está cheio de inimigos.
Jon balançou a cabeça.
— Não espero que ele facilite, mas preciso ouvir a verdade. Além disso, há mais coisas em Westeros que precisamos recuperar antes de seguirmos em frente. Os crânios de dragões no Fosso dos Dragões, os ovos que ainda podem estar escondidos, e os tomos da Cidadela. Não deixei que esses tesouros de nossa casa sejam esquecidos ou usados por aqueles que nos odeiam.
Daenerys concordou lentamente, confirmando a importância do que Jon dizia.
— Então é isso. Vamos invadir Porto Real, o Fosso dos Dragões e a Cidadela. Uma última incursão antes de deixarmos Westeros para sempre.
— Sim — respondeu Jon. — Isso não é apenas sobre respostas. É sobre justiça.
A Viagem ao Norte e a Verdade de Eddard Stark
Na calada da noite, o navio moveu-se a vapor moveu-se furtivamente da costa de Westeros, ancorando em uma baía isolada próxima a Porto Real. Jon, Daenerys e Rhaella vestem mantos escuros para se camuflar nas sombras. Com Fúria, Esmeralda e Sol sobrevoando como sentinelas, o trio entrou na cidade, guiando-se às celas negras.
Ao descer os degraus úmidos e sombrios das prisões, Jon encontrou Eddard Stark, magro e enfraquecido, mas com os mesmos olhos que ele lembrava de Winterfell.
—Jon? — A voz de Eddard estava rouca, mas cheia de surpresa e, acima de tudo, quebrou ao ver o jovem.
— Não me chame assim — disse Jon, mantendo a voz firme. — Você sabe quem eu sou de verdade. Diga-me, pai... ou devo chamá-lo de tio? Quem sou eu?
Eddard respirou fundo, o peso da verdade finalmente chegando ao ponto de ser revelado.
— Você é o filho da minha irmã, Lyanna Stark, e de Rhaegar Targaryen. Eu ocultei para observá-lo. Se Robert ouvisse sequer um boato sobre sua existência, ele teria te matado sem hesitação.
Jon ficou em silêncio, absorvendo as palavras que confirmavam ou que ele já suspeitava. Finalmente, ele falou:
— Por que você nunca me contou?
Eddard olhou com dor nos olhos.
— Porque sua segurança era mais importante do que a verdade.
Jon se atrasou, o peso da revelação misturando-se com a raiva e a tristeza. Ele tinha as respostas que procurava, mas agora sabia que sua próxima missão em Westeros era ainda mais crucial.
— Isso não importa mais, tio. O mundo mudou, e nós com ele. Agora, preciso recuperar o que foi roubado da minha família.
O Roubo dos Tesouros Targaryen
Com as informações que possuíam, Jon, Daenerys e Rhaella se moveram rapidamente.
No Fosso dos Dragões , eles encontraram os crânios antigos dos dragões, um símbolo da glória passada da Casa Targaryen. junto com os ovos de Dragões e então ele coloca no seu colar de rubis e vai em direção a Fortaleza vermelha.Na Fortaleza Vermelha , eles localizaram câmaras secretas onde estavam escondidos outros ovos de dragão, há muito considerados perdidos. Com a ajuda de Fúria, que incinerou os guardas, eles vieram antes que pudessem ser detidos.e todos os crânios de dragões.
Quando a missão foi concluída, Jon, Daenerys e Rhaella retornaram ao navio, agora carregados com os tesouros de sua família.
A Fortaleza Vermelha estava envolta em uma inquietante escuridão quando Jon desceu mais uma vez às celas negras. O cheiro de umidade, ferrugem e desespero era sufocante, e cada passo ecoava como um lembrete de calor baixo um homem podia ser reduzido. Rhaella o acompanhava, seus olhos de um violeta intenso brilhando sob a luz vacilante das tochas. A dor que ela carregava há décadas parecia mais pesada com cada degrau descido.
Eddard Stark estava sentado na cela, magro e abatido, mas sua postura mantinha um vestígio de dignidade. Ele extraiu os olhos quando viu Jon e, ao lado dele, a mulher que ele atendeu imediatamente. Sua respiração ficou presa por um momento.
— Rhaella... — murmurou ele, quase sem acreditar.
Ela parou à frente da cela, o olhar perfurando o de Ned como lâminas. Havia algo profundamente humano em sua dor — uma combinação de sofrimento, ódio e indignação.
— Lord Stark — começou Rhaella, sua voz firme, mas compartilhada de emoção. — Você sabia. Você sabia o que meu primo, seu amigo, fez. Você estava lá. Você viu os corpos de Elia e seus filhos. E o que fez? Ficou calado enquanto Robert pisoteava suas memórias. Enquanto ele ria da dor e da desonra que feriu minha família.
Ned baixou o olhar, a vergonha evidente em cada linha de seu rosto.
— Eu... eu não posso evitar, Rhaella.
— Não poderia evitar?! — ela falou, sua voz ecoando nas paredes de pedra. — Você era o Senhor de Winterfell! O filho aprovado da Mão do Rei! E escolhi o silêncio! Você, que sempre falou tanto sobre honra, escolheu a missão enquanto o sangue inocente da minha família manchava o chão daquela sala maldita!
Jon observava em silêncio, mas havia uma tensão visível em seu corpo. Ele sabia que Rhaella provavelmente dizia essas palavras, que havia décadas de dor acumulada naquele momento.
Ned finalmente travou os olhos, enfrentando a fúria de Rhaella com um semblante grave.
— Você acha que não sofri por isso? Você acha que as noites não foram cumpridas com arrependimento e vergonha? Eu não pude salvá-los. Eu falhei com Elia, com seus filhos. Falhei com todos.
— E agora usa sua dor como desculpa? — Rhaella retrucou, o desprezo transbordando em suas palavras. — Suas noites de reclamação não devolveram os filhos dela. Não restauraram a honra que você deixou ser pisoteada. Você falhou, sim, mas sua maior falha foi não se levantar contra um tirano que você chamou de amigo.
Jon deu um passo à frente, sua voz cortando o ar.
— Tio, o que ela diz é verdade. O que você fez foi covardia. Eu sei que tentou me proteger, mas e quanto aos outros? Você ficou parado enquanto sua amizade com Robert pesava mais do que a justiça.
Eddard suspirou profundamente, cada palavra de Jon parecendo arrancar pedaços de sua alma.
— Eu fiz o que pude para proteger aqueles que ainda pudessem ser salvos.
— E o que isso mudou? — retrucou Jon, com um tom frio. —Nada. Robert continuou seu reinado, riu das cinzas das crianças mortas e usou o Trono como palco para seus excessos. Você deixou sua honra ser subjugada por lealdades equivocadas.
Rhaella deu um passo à frente, seu rosto agora a poucos centímetros das barras da cela.
— Eu espero anos para perguntar isso, Ned Stark. Olhe nos meus olhos e me diga: você realmente acredita que suas ações — ou sua falta delas — honraram os mortos? Você acredita que eles descansam em paz sabendo que você os abandonou?
Ned hesitou, sua voz quase um sussurro.
— Não.
O silêncio que se abalou foi garantidor. Rhaella se demorou lentamente, como se cada palavra que ouvisse fosse um golpe em sua alma já machucada. Jon se virou para encarar o tio.
— Você quer redenção? — ele disse, a voz agora mais baixa, mas não menos incisiva. — Me ajude. Me dê os nomes dos que tramaram contra minha casa. Contra minha mãe. Contra mim. Não por você, mas porque é o mínimo que você pode fazer pelos mortos que ainda clamam por justiça.
Eddard olhou para Jon, e em seus olhos havia uma mistura de vergonha, resignação e talvez, apenas talvez, esperança de expiação. Ele concordou lentamente.
— Eu te ajudo.
Jon deu um passo atrás, seu semblante suportando.
— Então comece a falar. Vamos acabar com isso.
Rhaella permaneceu em silêncio, mas seus olhos não deixaram Ned por um segundo sequer. Ela sabia que nenhuma palavra dita ali traria seus netos de volta ou apagaria as cicatrizes que ela carregava. Mas, pelo menos, poderia testemunhar um início de peças — por menor que fosse.
Eddard Stark olhou para Jon através das barras da cela com uma mistura de surpresa e ceticismo. Sua expressão duradoura reflete a desconfiança que só anos de traições e intrigas poderiam gerar.
— Você quer recuperar o Trono de Ferro? — Ele estreitou os olhos, como se tentasse desvendar o verdadeiro motivo por trás das palavras de Jon. — Por que agora?
Jon cruzou os braços, a postura firme e calculada, mas havia uma faísca de intensidade em seus olhos que parecia impossível de ignorar.
— Porque o Trono de Ferro não pertence aos usurpadores que o ocuparam. Ele é da minha família. Do sangue Targaryen.
Eddard o encarou por um longo momento, seu silêncio mais carregado do que palavras poderiam ser. Finalmente, ele falou, escolhendo cada palavra com cuidado.
— E o que você faria com esse poder, Jon?
Jon inclinou-se levemente para frente, como se desafiasse o tio a questioná-lo mais.
— Restaurar a ordem. Acabar com as intrigas que destroem o reino por dentro. Fazer com que ninguém mais tema por sua vida apenas por nascer do sangue errado.
Ele fez uma pausa, como se calculasse o impacto de suas próximas palavras.
— Eu preciso saber, tio... você ficará ao meu lado? Ou escolherá mais uma vez a lealdade a um Baratheon, como fez com Robert?
Eddard foi apresentado em silêncio, mas Jon pôde ver o conflito em seus olhos. Era evidente que as palavras de Jon mexiam com algo profundo dentro dele, mas ainda havia hesitação.
Por dentro, Jon segurou um sorriso frio. Ele sabia que não tinha intenção de lutar pelo Trono de Ferro, mas primeiro testou Eddard. Ele queria saber até onde o homem que sempre pregou a honra estava disposto a ir quando confrontado com um dilema moral tão claro.
"Ele escolherá o sobrinho que cresceu sob seu teto ou o irmão de seu amigo, Stannis?" Jon descobriu o mesmo. A resposta revelaria muito mais do que palavras poderiam dizer.
Rhaella, que havia permanecido em silêncio até então, deu um passo à frente, quebrando a tensão.
— Eddard Stark, não se trata apenas de Jon. Trate-se de sua lealdade com verdade, algo que você sempre jurou proteger. A Casa Targaryen foi capturada e destruída, mas aqui estamos prontos para reerguê-la. Se você realmente preza sua honra, saberemos a escolha que faremos.
Eddard fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Ele sabia que sua próxima decisão poderia definir seu legado, para o bem ou para o mal.
Eddard Stark parecia abalado, sua expressão durada pela culpa. Ele abriu a boca para responder, mas Jon o interrompeu, a voz firme e continha emoções contidas por anos.
— Me proteja, tio? Me proteger? — Jon deu um passo à frente, sua presença dominando o espaço da cela. — Foi por isso que me deixou crescer como bastardo, como o peso da vergonha de Winterfell, enquanto os outros me olharam como se eu fosse menos? Foi por isso que você me empurrou para a Patrulha da Noite, para uma vida de exílio e servidão?
Rhaella observava em silêncio, seus olhos queimando com uma fúria semelhante à de Jon. Mas ela deixou que ele falasse, sabia que essas palavras estavam guardadas há anos, sufocando-o.
Eddard tentou entrevistar, sua voz quase um sussurro.
— Jon, eu...
— Não, escute ! — Jon o interrompeu novamente, apontando um dedo em sua direção. — Você prometeu proteger minha mãe, mas, no final, me escondeu como se eu fosse um fardo. Nunca fui livre, nunca soube a verdade, e tudo isso porque você teve medo de enfrentar as consequências de sua lealdade.
— Não era medo — Eddard tentou argumentar, mas sua voz soava fraca. — Era amor. Eu fiz o que era necessário para mantê-lo vivo.
Jon riu amargamente, o som reverberando nas paredes da cela.
— Amor? Amor é esconder a verdade de mim por toda a minha vida? Amor é me mandar para a Muralha, para ser enterrado sob gelo e neve, enquanto você ficou em Winterfell fingindo ser o homem mais honrado dos Sete Reinos?
Eddard finalmente tirou os olhos, e havia lágrimas neles, mas Jon não cedeu. Ele sentiu o peso de sua indignação crescer com cada palavra.
— Você não queria me proteger, tio. Você queria proteger o mesmo. Proteja sua honra. Sua preciosa honra .
O silêncio que se abalou foi quase ensurdecedor. Eddard parecia mais velho do que nunca, como se cada palavra de Jon fosse um golpe direto em seu coração. Finalmente, ele falou, a voz quase trêmula.
— Eu nunca quis que você sofresse, Jon. Fiz o melhor que pude...
— O melhor que não foi suficiente! — Jon rebateu, sua voz transmitiu raiva e frustração. Ele se virou, afastando-se da cela, tentando controlar sua respiração. Após alguns momentos, ele continuou, agora mais baixo, mas ainda firme. — Você prometeu proteger minha mãe. Mas nunca se disse se estava me protegendo de verdade.
Rhaella, que dorme em silêncio até aquele momento, deu um passo à frente. Sua voz era fria como gelo, mas havia algo de devastador nela.
— Você prometeu proteger Lyanna, mas falhou com ela assim como falhou com Jon. Você falhou conosco, Eddard Stark. A honra que você carrega como um manto é apenas um escudo para esconder sua vergonha.
Jon extraiu os olhos para ela e assentiu levemente. Ele se virou novamente para Eddard, agora mais calmo, mas não menos determinado.
— Vou seguir meu caminho, tio. Não preciso do seu apoio. Mas lembre-se disso: o mundo está mudando, e aqueles que se apegam ao passado serão deixados para trás.
Sem esperar por uma resposta, Jon se demorou, Rhaella logo atrás dele. As tochas lançaram sombras nas paredes enquanto eles subiam as escadas, deixando Eddard Stark sozinho em sua cela, com nada além de sua culpa e arrependimento como companhia.
Jon parou de caminhar, seus passos ecoando no corredor de pedra fria. Ele virou-se lentamente, encarando Eddard Stark mais uma vez. Seu estava carregado de algo mais do que olhar — havia uma determinação fria, uma espécie de justiça que ele acreditava estar preparado para cumprir.
— O destino que você reservou para mim, tio... — disse Jon, a voz baixa, mas cortante como aço valiriano. — Ele será o seu.
Eddard franziu a testa, confuso e apreensivo.
— O que você quer dizer com isso?
Jon deu alguns passos de volta, aproximando-se da cela. Ele se inclinou para avançar a cabeça, como se estudasse o homem que fora sua figura paterna por tantos anos.
— Vou manipular o rei Joffrey Baratheon — começou ele, a voz agora impregnada de um tom quase cruel. — Vou plantar a ideia em sua cabeça... de que sua honra, sua vida, é uma ameaça ao trono dele.
Eddard ficou tenso, mas Jon contínuo, implacável.
— E, quando ele decidiu que você não pode mais ser desligado em uma cela, sabe para onde ele o enviará? — Jon fez uma pausa, um sorriso amargo se formando em seus lábios. — Para a Muralha. Para a Patrulha da Noite.
Os olhos de Eddard se arregalaram, mas ele não disse nada. Ele sabia que, em parte, Jon tinha razão. Joffrey era imprevisível, cruel e facilmente influenciável.
— Você será convocado a vestir o negro, a servir lado a lado com criminosos, assassinos e traidores. — A voz de Jon ficou mais fria, quase um sussurro. — Assim como você planejou para mim.
Rhaella, que observava a cena, cruzou os braços, mas permaneceu em silêncio. A fúria em seus olhos era tão evidente quanto a de Jon, mas ela entendeu que era o momento dele.
— Talvez assim, tio, você entenda o peso do que fez. Talvez, ao enfrentar o gelo e o isolamento, você perceba o que realmente significa ser descartado.
Jon se virou novamente, pronto para ir, mas lançou um último olhar por cima do ombro.
— Reze para que o frio da Muralha seja mais misericordioso com você do que você foi comigo.
Sem esperar uma resposta, ele subiu as escadas, sua capa balançando atrás dele. Rhaella o silêncio em silêncio, mas antes de desaparecer, lançou um olhar para Eddard, um último misto de desprezo e pena em seus olhos.
Quando as portas se fecharam, Eddard ficou sozinho, o peso das palavras de Jon esmagando-o mais do que qualquer corrente poderia fazer.
No Grande Septo de Baelor
Sob os olhares atentos da multidão e da multidão de Rei Joffrey, Eddard Stark confessou o crime de traição que nunca cometeu, esperando que sua humilhação pública garantisse a segurança de suas filhas e o exílio na Muralha.
Por trás das cortinas, Jon usou um feitiço antigo — conhecimento arrancado dos tomos valirianos que ele havia descoberto em Asshai. Ele sussurrou palavras em línguas esquecidas, os olhos brilhando com uma energia etérea. O feitiço se infiltrou na mente do jovem e impulsivo Joffrey, incitando um senso de "justiça divina" em vez de sua típica crueldade.
— Deixe-o viver. Ele será mais útil como um juramentado na Muralha do que como um cadáver — Jon murmurou, as palavras ecoando nos pensamentos do rei.
Joffrey, surpreendendo a todos, acenou com a mão, perdoando a vida de Eddard Stark e ordenando que ele fosse enviado à Patrulha da Noite.
Jon caminhou determinado em direção ao porto, o vento gelado chicoteando sua capa enquanto sua mente fervilhava com pensamentos. A Muralha havia sido seu lar forçado, mas agora ele entendia o quanto poderia reclamar para si o verdadeiro legado de sua família. Pedra do Dragão. A casa ancestral dos Targaryen.
Ele sabia que os segredos de dragões e fogo estavam lá, escondidos em livros antigos, pergaminhos empoeirados e possivelmente, ovos esquecidos pelo tempo. Ele faria o que ninguém havia feito antes: não apenas carregar o nome Targaryen, mas reacender sua chama.
Chegada a Pedra do Dragão
A pequena embarcação atracou na praia rochosa. Jon desceu em silêncio, sua expressão endurecida como a pedra negra que compunha o castelo à sua frente. A fortaleza estava abandonada, mas ainda mantinha sua aura imponente. Os ecos de passos e murmúrios de gerações passadas pareciam se agarrar às paredes.
Com uma tocha em mãos, Jon adentrou os corredores escuros. Ele se dirigiu diretamente à biblioteca, um local que ouvira histórias sobre os tesouros de conhecimento armazenados ali. Quando empurrou as portas pesadas, o cheiro de pergaminho velho e poeira o envolveu.
O navio balançava suavemente com as ondas enquanto Jon, Rhaella, e Daenerys observavam Pedra do Dragão à distância. A silhueta da fortaleza ancestral era uma mancha escura contra o céu nublado, imponente e isolada. O vento carregava um ar salgado e uma tensão palpável.
Jon estava focado, os olhos fixos no objetivo. Ele virou-se para Rhaella e Daenerys, suas vozes firmes.
— Vocês ficarão aqui por enquanto. Eu preciso garantir que o local esteja seguro antes de você pisar na Pedra do Dragão.
Rhaella, embora relutante, assentiu, entendendo que Jon não fazia esse pedido levianamente. Daenerys segurou o braço do sobrinho por um momento.
— Só uma vez, Jon. E com boas notícias.
Jon respondeu com um leve sorriso antes de virar para a proa, onde começou a se concentrar.
A Escada de Fogo
Ele estendeu as mãos, murmurando palavras de poder em Valiriano antigo, os filhos fluindo como labaredas de uma fogueira. Aos poucos, chamas começaram a dançar no ar diante dele, moldando-se em degraus sólidos. A escada de fogo tomou forma, subindo elegantemente como uma ponte incandescente em direção à costa distante.
Para qualquer observador desavisado, aquilo não estava passando de uma ilusão: Jon manipulava a magia para esconder a escada. À vista de fora, o espaço parecia vazio, apenas um vazio entre o navio e as pedras da costa.
— Queime para mim, mas não revele sua luz. — Jon sussurrou, fixando a ilusão.
Ele testou os degraus com cuidado, pisando na primeira superfície flamejante. As chamadas foram ajustadas ao peso do seu corpo, firmes, mas flexíveis. Quando teve certeza de sua estabilidade, começou a subir, degrau por degrau, em direção à ilha.
Caminhando até a Pedra do Dragão
O calor era intenso ao seu redor, mas Jon não hesitou. Cada passo o aproximava mais do destino, e a magia do colar de rubis em seu pescoço parecia vibrar com o poder da escada. Ele sentiu a antiga conexão dos Targaryen com o fogo se fortalecer dentro de si.
Finalmente, alcançou a costa rochosa da Pedra do Dragão. O som das ondas quebrando contra as pedras ecoava ao seu redor. Jon olhou para trás; do navio, uma escada permanente invisível, protegida pela magia.
"Que Stannis e qualquer outro pensem que esse lugar está vazio. Não ouse ao inimigo a chance de antecipar meus movimentos."
Com um gesto sutil, ele dissipou a escada de fogo, as chamas se apagaram no ar como se nunca existissem.
A Entrada na Fortaleza
Adentrando a trilha que levava ao castelo, Jon murmurou outra prece em Valiriano, ativando a proteção do colar. Sua missão era clara: garantir que a Pedra do Dragão fosse segura para ele, Rhaella e Daenerys. Ele sabia que o castelo guardava segredos e perigos, mas os enfrentaria com a coragem de quem nasceu para o fogo e o sangue.
Dentro em breve, o trio Targaryen chamaria a Pedra do Dragão de lar novamente — e seria daí que eles reacendem o legado de sua casa.
A tensão no convés do navio era palpável. O vapor do motor silvava suavemente enquanto o navio cortava as águas rumo a Velha Valíria, o destino ancestral que prometia tanto perigo quanto oportunidade. Os ventos eram fortes, mas o que realmente causava o desconforto entre os três não era o clima, mas a discussão que emergia.
Jon estava à frente, os olhos fixos no horizonte, segurando um pequeno baú com as sementes de dragão que encontrara em Pedra do Dragão. Aquele era um tesouro maior do que qualquer ouro ou joia, carregado de potencial e mistério.
Rhaella aproximou-se dele, seus passos decididos. Ela estava preocupada, e sua expressão denunciava isso.
— Jon, já discutimos isso antes. Não quero que você use magia de sangue para trazer dragões de volta. Isso é perigoso, imprevisível... e cruel.
Jon suspirou, mas não desviou o olhar do horizonte. Ele sabia que a conversa viria, mas não queria ser confrontado naquele momento. Quando finalmente se virou para encarar sua avó, seus olhos estavam sérios, intensos.
— Avó, ouça-me. — Sua voz era calma, mas carregava um peso. — Somos Valirianos. A magia está no nosso sangue. É nossa herança, nossa arma mais poderosa. Se eu fizer o ritual, talvez... apenas talvez... possamos trazer os dragões de volta à vida.
Rhaella balançou a cabeça, sua expressão rígida.
— Não quero isso, Jon. Não quero ver você se perder em busca de algo que não compreende completamente. Os dragões trouxeram destruição, tanto quanto poder. Não podemos repetir os erros do passado.
Jon deu um passo à frente, sua voz mais firme agora.
— Então você é uma tola, avó. — Ele gesticulou, apontando para o horizonte. — Estamos indo ao Oeste, para a terra onde a ruína e o caos habitam. Quando chegarmos lá, se chegarmos, quantos inimigos teremos de enfrentar? Humanos, criaturas, a própria natureza. E o que teremos para nos defender? Espadas? Lança-chamas improvisados? Não é suficiente.
Ele colocou a mão no baú que segurava.
— Os dragões são mais do que armas. Eles são poder, respeito. São o símbolo do que somos.
Rhaella se aproximou, sua expressão suavizando-se levemente, mas ainda havia dor em seus olhos. Ela segurou o braço do neto, seus dedos apertando gentilmente enquanto olhava fundo em seus olhos.
— Jon, por favor... não faça isso. — Sua voz estava baixa, quase um sussurro, mas carregava uma intensidade emocional que fez Jon hesitar. — Não se esqueça de quem você é. Magia de sangue sempre cobra um preço. Não importa o que você ache que está ganhando, o custo pode ser maior do que você pode pagar.
Por um momento, Jon ficou em silêncio, sentindo o peso das palavras de sua avó. Ele desviou o olhar, olhando para o baú e para o mar à frente. O dilema em seu coração era real, uma batalha entre o legado que ele queria reivindicar e o medo das consequências que Rhaella tão claramente via.
— Vamos ver o que encontramos em Velha Valíria. — Ele finalmente disse, a voz mais suave, mas ainda firme. — Não tomarei nenhuma decisão até lá.
Era um compromisso, mas não uma promessa. Rhaella sabia disso.
E enquanto o navio seguia seu caminho, o futuro permanecia tão incerto quanto as ruínas fumegantes de Velha Valíria que os aguardavam.